segunda-feira, 1 de julho de 2013

Não vim destruir a Lei



 
No Evangelho Segundo o Espiritismo, o primeiro capítulo tem o título de Não vim destruir a Lei.

“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruí-los, mas para dar-lhes cumprimento. Porque em verdade vos digo que o Céu e a Terra não passarão, até que não se cumpra tudo quanto está na lei, até o último jota e o último ponto”. (S. MATEUS, cap. V, vv. 17 e 18.)

Você ama a DEUS? Ou será que você tem medo de DEUS?

Ainda no sec. XXI ouvimos esta expressão.

Moises, há mais ou menos 4.000 atrás, um grande legislador do povo Hebreu, certamente teremos medo de DEUS.

Quando Moises apresentou a ideia de DEUS em sua época, Moisés, o apresentou como um DEUS ciumento, vingativo, guerreiro. Um DEUS injusto, pois punia um povo inteiro pela falta de seu chefe.

Mas, Moisés revelou dois aspectos da Lei. As Leis Naturais que são as que regem os princípios Material e Espiritual, e há as Leis Sociais; as que regem o relacionamento entre os homens.

As Naturais no seu aspecto espiritual, moral, através dos Dez Mandamentos e as Sociais, elaboradas e adaptadas para conduzir um povo que vivia sob o regime de escravidão, ambas grafadas no Pentateuco Bíblico ou Torá.

As naturais são imutáveis e os homens as vão descobrindo à medida que as assimilam intelectual e moralmente, respectivamente.
As sociais sofrem alterações periodicamente pela necessidade de se adaptarem ao progresso alcançado pelo homem pela assimilação das Leis Naturais.

É a primeira revelação.

A revelação das Leis no aspecto material era tarefa futura reservada aos homens encarnados a fim de que se burilassem intelectualmente abrindo-se para as conquistas da alma e para a compreensão das Leis Morais.

A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes:

I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros.

- Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.

II. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus.

III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.

IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.

V. Não mateis.

VI. Não cometais adultério.

VII. Não roubeis.

VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.

IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.

X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.

 

Além dos Mandamentos, Moisés estipulou, com o auxílio de outros colaboradores, entre eles, podemos destacar Arão, seu irmão, e Josué a quem foi designada a tarefa de sucedê-lo. Uma  série de leis para que as pessoas não matassem umas às outras. Esses regulamentos, se assim podemos chamar, diferentemente dos Dez Mandamentos, correspondem a leis que deveriam ser atualizadas de acordo com o avanço do tempo e com o amadurecimento desses espíritos encarnados. Entre essas leis temporárias poderíamos citar algumas:

Em Êxodo, 21:12 encontraremos “Quem ferir a outro de modo que este morra, também será morto.”

Em Êxodo, 21:15 encontraremos “Quem ferir a seu pai ou a sua mãe, será morto.”

Em Êxodo, 21:17 encontraremos “Quem amaldiçoar o seu pai ou sua mãe, será morto.”

 

Muitas vezes, por falta de conhecimento e até mesmo cultura, pensamos se o Antigo Testamento tem alguma relevância para à compreensão da Doutrina Espírita? A resposta é Sim! Mas, antes se faz necessário a percepção da importância de cada ensinamento.

A importância de Moisés é que a humanidade teve um contato com a noção de justiça, por mais absurda e estranha que essa justiça possa parecer nos dias de hoje.

Em uma época onde qualquer ensinamento mais profundo em relação a estas leis seria incompreendida e para esse período Moisés as compilou de forma o povo Hebreu pudesse compreender. Para cada lição há o seu devido tempo.

Mas, com a chegada de Jesus, 18 séculos depois, poderemos ver no Livro A Gênese, cap. I, tópico 49., os Dez Mandamentos foram resumidos em dois ensinamentos mais abrangentes, e não menos importantes: "amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo" onde podemos constatar em Mateus, cap. XXII, v. 34 a 40.

Com Jesus a idéia de justiça, com Moisés, agora era atualizada com a Lei de Amor. Conforme nos ensina a Doutrina Espírita, enquanto a chamada Lei Antiga corresponde a um clamor dos homens pedindo sinais dos Céus, o Novo Testamento (Segunda Revelação), trazido por Jesus, é a resposta de Deus, dizendo que O Pai Eterno está presente ao lado de Seus filhos, e que os ama incondicionalmente.

Mas e o Espiritismo? Conforme nos ensina o Evangelho, o Espiritismo é o Consolador prometido há 2000 anos, como podemos ver em João, todo o capítulo XIV.

A Doutrina Espírita é isenta de dogmas. Não veio para contestar o que foi ensinado por Jesus, e sim para auxiliar a humanidade na compreensão e cumprimento de suas lições. Não se pretende como Doutrina única e possuidora exclusiva da verdade. Mas é o Espiritismo a Doutrina que esclarece sobre a continuidade da vida do espírito após a morte do corpo físico, assim como explica a reencarnação e as leis de provas e expiações. Sendo uma Doutrina muito recente, apenas com 156 anos, o Espiritismo ainda terá muito que caminhar com a humanidade.

No mundo todo há bilhões de pessoas que ainda não creem na "vida a pós a vida", quanto mais na possibilidade de comunicação com a espiritualidade, o que se dirá sobre a reencarnação. No Brasil isso é uma exceção, não só pelo fato de haver milhares de instituições espíritas atuantes, mas por ser uma nação que quase não pratica a intolerância religiosa. Quando o faz, isso se dá em proporções muito menores do que em outros países.

Daí a importância de fazermos um esforço para entendermos o primeiro capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo, porque este terá que ser, não apenas lido e relido muitas vezes, mas também será necessário que os espíritas entendam sua responsabilidade sobre o que conhecem, e que tenham a humildade para não fazer proselitismos.

O Evangelho nos ensina a não pregarmos frases como "Fora do Espiritismo não há salvação", justamente para não compartilharmos de práticas excludentes. Não será difícil crer que muitos homens (espíritas ou não) que atualmente são esclarecidos e de alma pacífica, tiveram encarnações passadas como fariseus “Do hebreu parush: divisão, separação: Seita fundada por volta de 200 anos antes do Cristo. De acordo com a introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, os fariseus "tomavam parte ativa nas controvérsias religiosas. Servis cumpridores das práticas exteriores do culto e das cerimônias; cheios de um zelo ardente de proselitismo, inimigos dos inovadores, afetavam grande severidade de princípios; mas, sob as aparências de meticulosa devoção, ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e, acima de tudo, excessiva ânsia de dominação (...)", ou até mesmo inquisidores O termo Inquisição refere-se a várias instituições dedicadas à supressão da heresia no seio da Igreja Católica. A Inquisição foi criada inicialmente para combater o sincretismo entre alguns grupos religiosos, que praticavam a adoração de plantas e animais e utilizavam mancias.1 A Inquisição medieval, da qual derivam todas as demais, foi fundada em 1184 no Languedoc (sul da França) para combater a heresia dos cátaros ou albigenses. Em 1249, implantou-se também no reino de Aragão, como a primeira Inquisição estatal e, já na Idade Moderna, com a união de Aragão e Castela, transformou-se na Inquisição espanhola (1478 - 1834), sob controle direto da monarquia hispânica, estendendo posteriormente sua atuação à América. A Inquisição portuguesa foi criada em 1536 e existiu até 1821). A Inquisição romana ou "Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício" existiu entre 1542 e 1965. O condenado era muitas vezes responsabilizado por uma "crise da fé", pestes, terremotos, doenças e miséria social, sendo entregue às autoridades do Estado, para que fosse punido. As penas variavam desde confisco de bens e perda de liberdade, até a pena de morte, muitas vezes na fogueira, método que se tornou famoso, embora existissem outras formas de aplicar a pena. Os tribunais da Inquisição não eram permanentes, sendo instalados quando surgia algum caso de heresia e eram depois desfeitos. Posteriormente tribunais religiosos e outros métodos judiciários de combate à heresia seriam utilizados pelas igrejas protestantes3 (como por exemplo, na Alemanha e Inglaterra4 ). Embora nos países de maioria protestante também tenha havido perseguições - neste caso contra católicos, contra reformadores radicais, como os anabatistas, e contra supostos praticantes de bruxaria, os tribunais se constituíam no marco do poder real ou local, geralmente ad-hoc, e não como uma instituição específica.

O delator que apontava o "herege" para a comunidade, muitas vezes garantia sua e status perante a sociedade.5 A caça às bruxas não foi perpetrada pela Inquisição, mas sim por Estados e tribunais civis independentes, sem reais ligações com a Inquisição1 ".

Ao contrário do que é comum pensar, o tribunal do Santo Ofício era uma entidade jurídica e não tinha forma de executar as penas. O resultado da inquisição feita a um réu era entregue ao poder secular.

A instalação desses tribunais era muito comum na Europa a pedido dos poderes régios, pois queriam evitar condenações por mão popular. Diz Oliveira Marques em História de Portugal, tomo I, página 393: «(…) A Inquisição surge como uma instituição muito complexa, com objetivos ideológicos, econômicos e sociais, consciente e inconscientemente expressos. A sua atividade, rigor e coerência variavam consoante a época.»

No século XIX, os tribunais da Inquisição foram suprimidos pelos estados europeus, mas foram mantidos pelo Estado Pontifício. Em 1908, sob o Papa Pio X, a instituição foi renomeada "Sacra Congregação do Santo Ofício". Em 1965, por ocasião do Concílio Vaticano II, durante o pontificado de Paulo VI e em clima de grandes transformações na Igreja após o papado de João XXIII, assumiu seu nome atual - "Congregação para a doutrina da Fé". e tiranos.

O capítulo Primeiro do Evangelho serve para nos despertar para uma época de esclarecimento, caridade e fraternidade, e para que não sejam repetidos tantos erros do passado.

Deus permita que possamos seguir o exemplo de Paulo de Tarso e que diante do nosso Caminho de Damasco, ouçamos também o chamado de Jesus e tenhamos a coragem de atendê-lo.

 

Pense nisto, mas...

 

Pense agora...




 

 

 





 

 

 


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