Procusto, segunda a mitologia Grega, Procusto foi um apelido dado a Damastes, personagem que vivia próximo da estrada de Eleusis. Rege a lenda que: costumava atrair viajantes solitários para sua pousada. Oferecia abrigo para o pernoite. Dizem que ele possuía dois leitos de ferro, um menor que o outro, e que era escolhido dependendo da altura do visitante. Após a vítima adormecer, Procusto (significa o Esticador ) a dominava e tratava em adequar o corpo da vítima às medidas exatas do leito. Se a vitima era alto e os pés sobressaíssem à borda, amputava com um machado; se era baixo e possuísse um espaço de folga, ele esticava os membros com cordas e roldanas.
Em uma tentativa em moldar todos os visitantes à sua imagem e semelhança aplicava-lhes o castigo.
Pela intolerância clara em sua atitude, podemos perceber que hoje existem vários Procustos no mundo. Não em um sentido de amputar e esticar, mas na intolerância diante do diferente, do desconhecido. Uma representatividade em querer criar um mundo totalitário onde a rejeição a multiplicidade e da originalidade. É querer moldar o mundo a ser igual à sua própria imagem e semelhança.
Somos criaturas únicas, jamais existirão dois seres humanos iguais, idênticos. Mas, a intolerância, o medo do desconhecido e o diferente levam-nos a subjugar o que supostamente seja fraco.
Procusto esteve e está presente em vários momentos na historia da humanidade. Esteve presente na inquisição, na caça às bruxas, na conquista das Américas. Continuou presente com a escravidão dos negros. Esteve presente nos campos de concentração durante a segunda grande Guerra. Presente nos regimes totalitários que imperaram e imperam no mundo.
Pela nossa intolerância, muitas vezes forçamos os outros a entrarem nas nossas medidas? Mas recentemente, em terras tupiniquins surgiram alguns Procustos atacando homossexuais em plena Av. Paulista em SP.
A intolerância faz parte de nossa irracionalidade e os que se dizem racionais, algumas vezes silenciam como a própria Atena silenciou dando crédito aos atos de Procustos. Em nossos medos, silêncio e intolerância, permitimos que os Procustos da modernidade se instalem nos corações dos angustiados, dos infelizes e solitários seres. Todo tipo de preconceito são males sociais gravíssimos, sintomas agudos de intolerância.
Invariavelmente, em todos os noticiários, surgem reportagens sobre a intransigência entre os judeus e os palestinos mulçumanos.
Estes dois povos, intolerantes, pois, acreditam que são os enviados de DEUS e seus representantes exclusivos na Terra.
Em uma tentativa de entender melhor cada religião, notei que nenhuma prega o ódio e a intolerância. Moises, Abrahão, Maomé, Cristo, Buda, krisna e tantos outros mestres, apenas pregaram o amor, a tolerância e a compreensão. Certa vez, ouvi alguém dizer que não existem péssimos alunos e sim péssimos mestres.
Não devemos deturpar qualquer ensinamento, apenas precisamos ter a responsabilidade de mudarmos a nós mesmo.
Precisamos fazer com que em nossos corações renasça um Teseu mostrando a cada Procusto que encontrarmos o quanto esta sendo injusto em querer igualar a singularidade à pluralidade. Aprenda a doar sorrisos, carinho e amor.
Deus, em sua Bondade, Misericórdia e Amor por nós, deu-nos o livre arbítrio. Temos escolhas, então, escolha em ser melhor hoje do que foi ontem.
Cultive mais a paciência, buscando as virtudes em cada coração.
Uma reflexão:
Se permitirmos que cada ser, seja o que ele é, sem querer entender o porquê é, apenas respeitando o que é. Poderá ser o inicio de uma vida mais harmoniosa e feliz. E, sermos felizes, é o que cada um de nós buscamos, independentemente do estilo de vida, etnia, crença religiosa, nacionalidade, orientação sexual ou classe social.
Se não buscarmos superar nossa intolerância, correremos o risco em permitir que este mito Grego, que demonstra anunciar a liberdade e que a relação com o próximo não muda, apenas se apresenta com outra roupagem. Deixaremos de sermos únicos para sermos igualdade. O que torna a vida interessante é a busca de complementos e se todos fossem iguais que graça teria a vida?
Pense nisto!