No Evangelho Segundo o Espiritismo, o primeiro
capítulo tem o título de Não vim destruir a Lei.
“Não
penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruí-los, mas
para dar-lhes cumprimento. Porque em verdade vos digo que o Céu e a Terra não
passarão, até que não se cumpra tudo quanto está na lei, até o último jota e o
último ponto”. (S. MATEUS, cap. V, vv. 17 e 18.)
Você ama a DEUS? Ou será que você
tem medo de DEUS?
Ainda no sec. XXI ouvimos esta
expressão.
Moises, há mais ou menos 4.000
atrás, um grande legislador do povo Hebreu, certamente teremos medo de DEUS.
Quando Moises apresentou a ideia
de DEUS em sua época, Moisés, o apresentou como um DEUS ciumento, vingativo,
guerreiro. Um DEUS injusto, pois punia um povo inteiro pela falta de seu chefe.
Mas,
Moisés revelou dois aspectos da Lei. As Leis Naturais que são as que regem os
princípios Material e Espiritual, e há as Leis Sociais; as que regem o
relacionamento entre os homens.
As
Naturais no seu aspecto espiritual, moral, através dos Dez Mandamentos e as
Sociais, elaboradas e adaptadas para conduzir um povo que vivia sob o regime de
escravidão, ambas grafadas no Pentateuco Bíblico ou Torá.
As
naturais são imutáveis e os homens as vão descobrindo à medida que as assimilam
intelectual e moralmente, respectivamente.
As sociais sofrem alterações periodicamente pela necessidade de se adaptarem ao progresso alcançado pelo homem pela assimilação das Leis Naturais.
As sociais sofrem alterações periodicamente pela necessidade de se adaptarem ao progresso alcançado pelo homem pela assimilação das Leis Naturais.
É a
primeira revelação.
A
revelação das Leis no aspecto material era tarefa futura reservada aos homens
encarnados a fim de que se burilassem intelectualmente abrindo-se para as
conquistas da alma e para a compreensão das Leis Morais.
A lei de Deus está formulada nos dez
mandamentos seguintes:
I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do
Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses
estrangeiros.
- Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do
que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas
águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.
II. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso
Deus.
III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.
IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de
viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.
V. Não mateis.
VI. Não cometais adultério.
VII. Não roubeis.
VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso
próximo.
IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.
X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu
servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas
que lhe pertençam.
Além dos
Mandamentos, Moisés estipulou, com o auxílio de outros colaboradores, entre
eles, podemos destacar Arão, seu irmão, e Josué a quem
foi designada a tarefa de sucedê-lo. Uma série de leis para que as pessoas não matassem
umas às outras. Esses regulamentos, se assim podemos chamar, diferentemente dos
Dez Mandamentos, correspondem a leis que deveriam ser atualizadas de acordo com
o avanço do tempo e com o amadurecimento desses espíritos encarnados. Entre
essas leis temporárias poderíamos citar algumas:
Em Êxodo, 21:12 encontraremos “Quem ferir a outro
de modo que este morra, também será morto.”
Em Êxodo, 21:15 encontraremos “Quem ferir a seu pai
ou a sua mãe, será morto.”
Em Êxodo, 21:17 encontraremos “Quem amaldiçoar o
seu pai ou sua mãe, será morto.”
Muitas
vezes, por falta de conhecimento e até mesmo cultura, pensamos se o Antigo
Testamento tem alguma relevância para à compreensão da Doutrina Espírita? A
resposta é Sim! Mas, antes se faz necessário a percepção da importância de cada
ensinamento.
A
importância de Moisés é que a humanidade teve um contato com a noção de
justiça, por mais absurda e estranha que essa justiça possa parecer nos dias de
hoje.
Em uma
época onde qualquer ensinamento mais
profundo em relação a estas leis seria incompreendida e para esse período
Moisés as compilou de forma o povo Hebreu pudesse compreender. Para cada lição
há o seu devido tempo.
Mas, com a chegada de Jesus, 18 séculos depois,
poderemos ver no Livro A Gênese, cap. I, tópico 49., os Dez Mandamentos foram resumidos em dois
ensinamentos mais abrangentes, e não menos importantes: "amar a Deus sobre
todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo" onde podemos constatar
em Mateus, cap. XXII, v. 34 a 40.
Com Jesus a idéia de justiça, com Moisés, agora era
atualizada com a Lei de Amor. Conforme nos ensina a Doutrina Espírita, enquanto
a chamada Lei Antiga corresponde a um clamor dos homens pedindo sinais dos
Céus, o Novo Testamento (Segunda Revelação), trazido por Jesus, é a resposta de
Deus, dizendo que O Pai Eterno está presente ao lado de Seus filhos, e que os
ama incondicionalmente.
Mas e o Espiritismo? Conforme nos ensina o Evangelho, o Espiritismo é o
Consolador prometido há 2000 anos, como podemos ver em João, todo o capítulo XIV.
A Doutrina Espírita é isenta de dogmas. Não veio
para contestar o que foi ensinado por Jesus, e sim para auxiliar a humanidade
na compreensão e cumprimento de suas lições. Não se pretende como Doutrina
única e possuidora exclusiva da verdade. Mas é o Espiritismo a Doutrina que
esclarece sobre a continuidade da vida do espírito após a morte do corpo
físico, assim como explica a reencarnação e as leis de provas e expiações.
Sendo uma Doutrina muito recente, apenas com 156 anos, o Espiritismo ainda terá
muito que caminhar com a humanidade.
No mundo todo há bilhões de pessoas que ainda não creem
na "vida a pós a vida", quanto mais na possibilidade de comunicação
com a espiritualidade, o que se dirá sobre a reencarnação. No Brasil isso é uma
exceção, não só pelo fato de haver milhares de instituições espíritas atuantes,
mas por ser uma nação que quase não pratica a intolerância religiosa. Quando o
faz, isso se dá em proporções muito menores do que em outros países.
Daí a importância de fazermos um esforço para
entendermos o primeiro capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo, porque
este terá que ser, não apenas lido e relido muitas vezes, mas também será
necessário que os espíritas entendam sua responsabilidade sobre o que conhecem,
e que tenham a humildade para não fazer proselitismos.
O Evangelho nos ensina a não pregarmos frases como
"Fora do Espiritismo não há salvação", justamente para não
compartilharmos de práticas excludentes. Não será difícil crer que muitos
homens (espíritas ou não) que atualmente são esclarecidos e de alma pacífica,
tiveram encarnações passadas como fariseus “Do hebreu parush: divisão, separação: Seita
fundada por volta de 200 anos antes do Cristo. De acordo com a introdução de O
Evangelho Segundo o Espiritismo, os fariseus "tomavam parte ativa nas
controvérsias religiosas. Servis cumpridores das práticas exteriores do culto e
das cerimônias; cheios de um zelo ardente de proselitismo, inimigos dos
inovadores, afetavam grande severidade de princípios; mas, sob as aparências de
meticulosa devoção, ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e, acima de
tudo, excessiva ânsia de dominação (...)", ou até mesmo inquisidores “O termo Inquisição
refere-se a várias instituições dedicadas à supressão da heresia
no seio da Igreja Católica. A Inquisição foi criada
inicialmente para combater o sincretismo entre alguns grupos religiosos, que
praticavam a adoração de plantas e animais e utilizavam mancias.1
A Inquisição medieval, da qual derivam todas as
demais, foi fundada em 1184
no Languedoc
(sul da França)
para combater a heresia dos cátaros ou albigenses. Em 1249, implantou-se também
no reino de Aragão, como a primeira Inquisição
estatal e, já na Idade Moderna, com a união de Aragão e Castela,
transformou-se na Inquisição espanhola (1478 - 1834), sob controle direto
da monarquia hispânica, estendendo posteriormente sua atuação à América.
A Inquisição portuguesa foi criada em 1536 e existiu até 1821). A Inquisição romana ou "Congregação da
Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício" existiu entre 1542 e 1965. O condenado era
muitas vezes responsabilizado por uma "crise da fé", pestes, terremotos,
doenças
e miséria
social, sendo entregue às autoridades do Estado, para
que fosse punido. As penas variavam desde confisco de bens e perda de
liberdade, até a pena de morte, muitas vezes na fogueira, método
que se tornou famoso, embora existissem outras formas de aplicar a pena. Os
tribunais da Inquisição não eram permanentes, sendo instalados quando surgia
algum caso de heresia e eram depois desfeitos. Posteriormente tribunais
religiosos e outros métodos judiciários de combate à heresia seriam utilizados
pelas igrejas protestantes3
(como por exemplo, na Alemanha e Inglaterra4
). Embora nos países de maioria protestante também tenha havido perseguições -
neste caso contra católicos, contra reformadores radicais, como os anabatistas,
e contra supostos praticantes de bruxaria, os tribunais se constituíam no marco
do poder real ou local, geralmente ad-hoc,
e não como uma instituição específica.
O
delator que apontava o "herege" para a comunidade, muitas vezes
garantia sua fé
e status perante a sociedade.5
A caça às bruxas não foi perpetrada pela
Inquisição, mas sim por Estados e tribunais civis independentes, sem reais
ligações com a Inquisição1
".
Ao contrário do que é comum pensar, o tribunal do Santo
Ofício era uma entidade jurídica e não tinha forma de executar as penas. O
resultado da inquisição feita a um réu era entregue ao poder secular.
A instalação
desses tribunais era muito comum na Europa a pedido dos poderes régios, pois
queriam evitar condenações por mão popular. Diz Oliveira Marques em História de Portugal, tomo I, página
393: «(…) A Inquisição surge como uma instituição muito complexa, com objetivos
ideológicos, econômicos e sociais, consciente e inconscientemente expressos. A
sua atividade, rigor e coerência variavam consoante a época.»
No século XIX,
os tribunais da Inquisição foram suprimidos pelos estados europeus, mas foram
mantidos pelo Estado Pontifício. Em 1908, sob o Papa Pio X, a
instituição foi renomeada "Sacra Congregação do Santo Ofício". Em 1965, por ocasião do Concílio Vaticano II, durante o
pontificado de Paulo VI
e em clima de grandes transformações na Igreja após o papado de João XXIII,
assumiu seu nome atual - "Congregação para a doutrina da Fé".
e tiranos.
O capítulo
Primeiro do Evangelho serve para nos despertar para uma época de
esclarecimento, caridade e fraternidade, e para que não sejam repetidos tantos
erros do passado.
Deus permita que possamos seguir o exemplo de Paulo
de Tarso e que diante do nosso Caminho de Damasco, ouçamos também o chamado de
Jesus e tenhamos a coragem de atendê-lo.
Pense nisto, mas...
Pense agora...
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