domingo, 16 de agosto de 2020

AS VIRTUDES SEGUNDO O ESPIRITISMO


Programa Valores e Virtudes 

Primeiro vamos definir o que é virtude!

Sendo assim, pergunto, O que é Virtude?

Qualidade do que se conforma com o considerado correto e desejável. (Por exemplo, do ponto de vista da moral, da religião, do comportamento social etc.).

Conformidade com o Bem, com a excelência moral ou de conduta etc.; dignidade.

No livro dos Espíritos Codificado por Allan Kardec, na questão 893  KARDEC ele indaga aos espíritos superiores

Qual a mais meritória de todas as virtudes?

Resposta: Todas as virtudes têm seu mérito, porque todas são sinais de progresso no caminho do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. Mas a sublimidade da virtude consiste no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem segundas intenções. A mais meritória é a que se baseia na mais desinteressada caridade.

No mesmo livro, na questão de número  886 Kardec indaga:

Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, tal como Jesus a entendia?

Resposta: “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.

No dicionário temos definição para Benevolência, indulgência e perdão.

Benevolência: Bondade de ânimo para com algo ou alguém. Generosidade , Complacência, Transigência.

Indulgência: Disposição para perdoar culpas ou erros; clemência, misericórdia.

Absolvição de pena, ofensa ou dívida; desculpa, perdão.

Perdão: Remissão de pena ou de ofensa ou de dívida; desculpa, indulto.

Ato pelo qual uma pessoa é desobrigada de cumprir o que era de seu dever ou obrigação por quem competia exigi-lo.

No livro do Novo Testamento, 1 Pedro, 2:9 “Mas vós sois uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, o povo de sua particular propriedade, a fim de que proclameis as excelências daquele que vos chamou das trevas para sua luz maravilhosa.”

Nada mais é do que termos a Fé inabalável na bondade e misericórdia de Deus que devemos vivenciar e ter a certeza que as dificuldades atuais são temporárias e que fazem parte da Lei Divina do progresso que iremos chegar a um mundo de paz e felicidade.

Para tanto, devemos criar um programa de desenvolvimento de virtudes; é um propósito básico para o combate ao egoísmo.

O egoísmo, esta chaga da Humanidade, tem de desaparecer da Terra, porque impede seu progresso moral. [...] O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, sua força, sua coragem. Digo: coragem, porque é preciso mais coragem para vencer a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que este monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é a fonte de todas as misérias terrenas. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens. [...]. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Cap.11, item 11.

Devemos entender que os obstáculos que dificultam o  desenvolvimento de virtudes esta descrito na questão de número 895 do Livro dos Espíritos.

Pergunta:  Postos de lado os defeitos e os vícios acerca dos quais ninguém se pode equivocar, qual o sinal mais característico da imperfeição?

Resposta: Muitas vezes as qualidades morais se assemelham, como num objeto de cobre, à douração que não resiste à pedra de toque.

Um homem pode possuir qualidades reais que levem o mundo a considerá-lo homem de bem. Mas, essas qualidades, embora assinalem um progresso, nem sempre suportam certas provas, bastando algumas vezes que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo fique a descoberto. O verdadeiro desinteresse é coisa tão rara na Terra que é admirado como fenômeno quando se manifesta. [...]. Nas coisas de apego materiais [...] O apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade, porque, quanto mais o homem se prende aos bens deste mundo, tanto menos compreende o seu destino.

Pelo desinteresse, ao contrário, ele prova que vê o futuro de um ponto de vista mais elevado.

Dentro do contexto da Doutrina Espírita, podemos definir [...] A virtude assume as modalidades necessárias para se opor a todos os males, sem prejuízo de sua integridade. Há um matiz para resolver cada caso, para se opor a cada vício, para vencer cada paixão, para enfrentar cada incidente; mas sempre, no fundo, é a mesma virtude. Ela é como a luz que iluminando, resolve de vez todos os obstáculos e tropeços, franqueando-nos o caminho. O hábito da virtude é fruto de uma porfiada conquista. Possuí-la é suave e doce. Praticá-la é fonte perene de infindos prazeres. A dificuldade não está no exercício da virtude, mas na oposição que lhe faz o vício, que com ela contrasta. [...]

[...] O vício não cede o lugar sem luta. A virtude nos diz: eis-me aqui, recebei-me, dai-me guarida em vosso coração; mas lembrai-vos de que, entre o mim e o vício, existe absoluta incompatibilidade. Não podeis servir a dois senhores. A verdadeira religião é a virtude. Fora da virtude não há salvação. [...] É pela virtude que as almas se irmanam entretecendo entre si liames indissolúveis. Os homens de virtude entendem-se num momento; ao passo que os séculos não são suficientes para firmar acordo entre aqueles que vivem divorciados. [...] VINÍCIUS. Nas pegadas do mestre. Cap. A virtude.

Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Correio Fraterno. Lição nº 56. Página 129. Temos:

Que a Virtude, quanto acontece à pedra preciosa lapidada, não surgirá no mostruário de nossas realizações sem burilamento e sem sacrifício.
Se desejamos construí-la, em nossos corações, é imprescindível não nos acovardemos diante das oportunidades que o mundo nos oferece. 

Sem resistência deliberada ao desespero, não entesouraremos a paciência.

Sem controle do temperamento impulsivo, não alcançaremos a serenidade.

Sem vitória sobre os reptis da dúvida ou da suspeita, em nosso campo íntimo, não edificaremos a fé.

Sem renúncia não experimentaremos o amor puro.

Sem gentileza não asilaremos a bondade.

Sem o silêncio bem vivido, não atingiremos a harmonia mental.

Sem espírito de serviço, em favor dos semelhantes, não criaremos os valores da simpatia.

Sem firmeza em nossas atitudes, não chegaremos ao conhecimento da verdade.

Sem atenção para com a nossa própria consciência, não acenderemos a luz do respeito em torno de nós.

Sem tolerância à frente da calúnia, não alcançaremos a fortaleza.
Sem boa vontade, inutilmente apelaremos para o entendimento e para a união.

Recordemos que o Trabalho e a Luta são os escultores de Deus, criando em nós as obras primas da vida.

Quem pretende, porém, a fuga e o repouso indébitos, certamente desistirá, por tempo indefinido, do esforço de aprimoramento, transformando-se em sombra entre as sombras da estagnação e da morte.


Todos os direitos reservados ao autor Luiz Felipe Nicolato ®