Muitos perguntam: Qual a utilidade do Espiritismo?
Se formos analisar, esta pergunta faz muito sentido.
Se Jesus já ensinou as Leis de Deus, por que o
Espiritismo como a terceira revelação? Se
analisarmos o Novo Testamento, com
facilidade veremos que este é um repositório de sabedoria dos mais profundos.
Certa
vez, Mahatma Ghandi, ainda na Inglaterra, foi persuadido a comprar a Bíblia. Ao
ler o Sermão da Montanha ficou deleitado, as palavras foram ao fundo do seu
coração. Então, declarou que amava Jesus, sendo acusado até de ser um cristão
“secreto”. Ghandi era hindu e, neste século ainda, lutou pela independência da
Índia contra a opressão britânica, com sucesso.
No Livro
dos Espíritos, na questão de número 625, Kardec perguntou aos espíritos quem
era o tipo mais perfeito para servir de guia e modelo ao homem. A resposta foi
curta, Jesus. Se Ele é, então, o exemplo de homem de bem, qual a
contribuição que os espíritos podem nos oferecer ? De que maneira o Espiritismo
poderá contribuir para o progresso ?
Toda religião
ocidental se baseia nas revelações de Moisés e Jesus. A figura do Cristo surgiu
em uma época onde o Império Romano triunfava com violência sobre outros povos,
dentre eles, o povo Judeu, onde nasceu Jesus. Este povo guardava em suas
convicções religiosas, a ideia de um Deus único, revelado por Moisés, mas que
era muito temido por castigar aqueles que não seguissem suas instruções. Desta
forma, Deus, para os judeus, era imbuído das paixões e dos vícios humanos.
Jesus
surge tomando a antiga lei, abandonando a ideia de um Deus tirânico, revelando
ao homem o Deus de Amor e Justiça para todos, imparcial, independente de raça
ou condição social, acima das paixões transitórias. Vem revelar a vida futura e
o que aguarda o homem depois de sua morte. Vem mostrar que para conseguir a
verdadeira paz, basta somente que amemos a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a nós mesmos, o caminho da fraternidade.
O ponto
capital da revelação do Cristo é a iminente transformação nas relações humanas.
Estes, encarando a vida presente como secundária, deveriam “guardar tesouros no
Céu”, abandonando o orgulho e o egoísmo. Infelizmente, é deste ponto que a
Humanidade mais se afasta. Entretanto, Jesus já havia imaginado que isto
ocorreria:
- “Muitas das coisas que vos digo ainda não as compreendeis e muitas
outras teria a dizer, que não compreenderíeis; por isso é que vos falo por
parábolas; mais tarde, porém enviar-vos-ei
o Consolador, o Espírito de Verdade, que restabelecerá todas as coisas e vo-las
explicará todas.” (Jo 14,16 - Mat 17)
Ao povo a quem falava, faltavam
conhecimentos que só poderiam ser adquiridos com o tempo e sem os quais não
entenderiam diversas coisas. Por isso usava as parábolas. A Democracia, a
liberdade de expressão, a Física e a Química não existiam, assim, não pôde
desenvolver seus ensinos de maneira completa, pois eles os achariam absurdos.
Jesus falou de um Consolador que
restabeleceria todas as coisas pois já sabia que suas alegorias seriam mal
interpretadas; explicaria e desenvolveria as que Ele não pôde dizer, pois sabia
que com o tempo os homens progrediriam em Ciência e em Filosofia.
Depois de
18 séculos de conquistas, surge no mundo uma Ciência que revela o mundo dos
Espíritos. O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este
partiu das de Moisés, é consequência direta da sua doutrina.
O
Espiritismo amplia a ideia de uma vida futura mostrada por Jesus, com a
revelação do mundo dos espíritos, dá a esta consistência, tornando-a realidade
inconteste. A Doutrina dos Espíritos revela ao homem, os laços entre o mundo
corpóreo e o espiritual, o objetivo real de sua existência na matéria e este
pode vislumbrar a Justiça Divina por toda a parte.
A revelação da vida antes e
depois da morte e a doutrina da reencarnação são, em si, tudo o que o
Espiritismo vem somar aos ensinos de Jesus, a esperança numa vida futura é o
próprio Consolador prometido.
O
Espiritismo vem elucidar os pontos obscuros do ensino cristão no momento em que
a razão atinge seu apogeu. Essa a contribuição do Espiritismo, a luta, através
do esclarecimento, dando uma concepção maior do Ser e não do Ter, ou seja, por
um fim na ideia do materialismo, já que o meu reino não é deste mundo.
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